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Perfil “Sou Geração Igualdade”: Hingride Marcelle Leite de Jesus, jogadora de rugby, facilitadora na sua comunidade 212t4v



26.02.2020 725p59


Bilhões de pessoas no mundo estão do lado certo da história, todos os dias. Elas usam a própria voz, posicionam-se e fazem ações – pequenas e grandes – para avançar os direitos das mulheres. Isso é Geração Igualdade.

 

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Hingride Marcelle Leite de Jesus tem 20 anos e participou do programa “Uma Vitória Leva à Outra” no Rio de Janeiro
Foto: ONU Mulheres/Camille Miranda

Sou Geração Igualdade porque…

Cresci em uma família chefiada por mulheres, que tomavam as suas próprias decisões, cuidavam de seus filhos e os sustentavam. Todos os homens abandonaram as suas mulheres e filhos. Apesar de isso refletir a cultura machista, também me ofereceu modelos femininos poderosos em casa.

Eu me lembro quando o meu pai morava conosco. Minha mãe não podia aceitar certos trabalhos que ele considerava “de homem”. Quando comecei a jogar rugby, ele disse que eu não deveria porque era algo feito para homens. Isso me fez perceber que uma mulher jogar rugby pode mudar a cabeça das pessoas sobre o que elas podem fazer. Através do rugby eu aprendi a fazer escolhas, a entender no que deveria focar e o que eu deveria deixar para lá, para respeitar os meus limites e para me comunicar melhor.

A importância de espaços seguros para mulheres e meninas

Hoje eu aproveito cada oportunidade que tenho para conversar com a minha mãe e as minhas tias sobre direitos das mulheres, porque elas não tiveram o mesmo tipo de educação que eu tive. Eu também converso com as minhas primas mais novas, porque quero que elas lutem por si mesmas.

Como mulheres, faltam-nos espaços nos quais podemos falar sobre os nossos problemas, fazer perguntas e expressar as nossas opiniões. É o que mais gosto do programa Uma Vitória Leva à Outra – a criação de espaços seguros para meninas.

Eu comecei no programa para continuar a jogar rugby. Mas depois eu me dei conta de quanto era importante ir às sessões semanais e conversar com as outras meninas, com histórias diferentes, sobre os nossos corpos, gênero, raça, sexualidade e violência. Graças ao espaço seguro eu pude compartilhar coisas que antes eu não tinha coragem de contar para ninguém.

Sou negra, pobre e vivo na periferia. Isso não significa que eu não possa alcançar os meus objetivos e realizar os meus sonhos! Eu acabei de completar uma formação para ser facilitadora e trabalhar com meninas mais novas na minha comunidade. Este será mais do que um trabalho, uma fonte de renda para mim e para o meu filho de dois anos. Será uma oportunidade para eu ser um exemplo para outras meninas na comunidade. Elas vão olhar para mim e pensar: se ela conseguiu, eu também consigo.

O poder do esporte
É importante que toda a sociedade se envolva no tema das relações de gênero e lute por igualdade, de maneira que mulheres e meninas possam atingir seus objetivos sem os [constantes] obstáculos e discriminações.
O esporte abre portas para mulheres e meninas. Além dos benefícios físicos e psicológicos, o esporte é uma ferramenta de auto empoderamento e empoderamento de outras mulheres. Por tempo demais fomos mantidas longe das oportunidades ligadas aos esportes. Existe um papel que a mídia pode ter, especialmente a mídia esportiva, de mostrar que qualquer esporte é lugar de mulher.

Três ações para você fazer parte da Geração Igualdade:
• Conversar com pessoas de outras gerações para desafiar estereótipos de gênero
• Criar espaços seguros para mulheres e meninas, onde elas possam falar sobre si
• Usar a mídia social para chamar as pessoas à reflexão sobre a igualdade de gênero e os direitos das meninas e das mulheres

Hingride Marcelle Leite de Jesus tem 20 anos e foi aluna de “Uma Vitória Leva à Outra”, um programa conjunto entre a ONU Mulheres e o Comitê Olímpico Internacional, que oferece sessões semanais de prática esportiva e habilidades para a vida para meninas adolescentes no Brasil. Ela recentemente encontrou a jogadora de futebol Marta Vieira da Silva, Embaixadora da Boa-Vontade da ONU Mulheres, e participou no desfile da escola de samba que homenageou a jogadora no Rio de Janeiro, Brasil.